O Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte denunciou a falta de respiradores para pacientes com suspeita de COVID-19 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Barreiro. Segundo membros do conselho, a situação foi comunicada à Secretaria de Saúde da capital na manhã do último domingo(29/06/2020), mas, até o início da noite, não houve retorno.

“Até pouco tempo tínhamos oito pacientes precisando de CTI, dois intubados e outros quatro que precisavam ser intubados. Mas só tem dois ventiladores mecânicos na UPA. É uma situação dramática. Os trabalhadores estavam tentando resolver essa situação desde de manhã, sem sucesso. Resolvemos cobrar da Secretaria de Saúde e até o momento não tivemos retorno dessa situação e como ela seria solucionada”, relatou o médico.

Ele disse, ainda, que os profissionais da saúde querem o melhor para a população e cobrou o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil.

“O prefeito Kalil falou que ninguém ia morrer por falta de assistência. Nós também não queremos e não podemos deixar acontecer uma situação dessa”, disse Bruno Pedralva.

O médico também alertou para o estado crítico dos pacientes e o risco de morte caso não haja rapidez na resolução do problema: “Sem dúvida! Paciente precisando de intubação é uma emergência. Precisa ser resolvido imediatamente”.

Durante a tarde, havia muito movimento na UPA do Barreiro, não só de pacientes com hipótese de diagnóstico de COVID-19, mas também com outros problemas de saúde. Na entrada da unidade, foram instaladas cadeiras sob uma tenda para que mais pessoas pudessem aguardar atendimento sentadas e abrigadas.

Resposta da Prefeitura de Belo Horizonte

Inicialmente, a Prefeitura de Belo Horizonte não esclareceu especificamente a situação da falta de respiradores na unidade de saúde do Barreiro, enviando apenas uma nota sobre a situação geral da capital.Após a publicação desta matéria, a assessoria do Município respondeu o seguinte:

“Sobre a situação na UPA Barreiro, para a assistência aos pacientes um respirador da UPA Venda Nova e um do SAMU foram remanejados para a unidade; e dois pacientes que estavam no local foram transferidos: um para o Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro e um para o Hospital Santa Lucia”.

Na primeira nota enviada pela PBH consta que “o aumento do número de pacientes com suspeita de Covid-19 em UPAs e hospitais da Rede SUS em Belo Horizonte foi um dos motivos que contribuíram para a decisão da Prefeitura de retorno à fase de controle (funcionamento apenas de atividades essenciais) anunciada em coletiva na tarde de sexta-feira 26/6”.

Disse, ainda, que “o Boletim Epidemiológico e Assistencial divulgado pela Prefeitura nesta sexta-feira, 26/06, aponta que a taxa de ocupação de leitos UTI Covid na capital estava em 86% e a de enfermaria Covid em 67%”.

Veja abaixo a íntegra da nota da PBH

A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa:O aumento do número de pacientes com suspeita de Covid-19 em UPAs e hospitais da Rede SUS em Belo Horizonte foi um dos motivos que contribuíram para a decisão da Prefeitura de retorno à fase de controle (funcionamento apenas de atividades essenciais) anunciada em coletiva na tarde de sexta-feira 26/6. Durante a entrevista, o secretário de Saúde Jackson Machado Pinto destacou também o aumento de chamadas atendidas pelo SAMU para casos suspeitos de Covid-19 na última semana. “Não é apenas um aumento no número de casos, mas há um aumento na gravidade da doença. A história da doença nos mostra que pessoas que estão na enfermaria, às vezes pioram rapidamente e demandam UTI. Os casos estão aumentando. As upas estão lotadas, com muitos casos de Covid. Outro motivo é o transporte em saúde.  O SAMU fazia o transporte de 50 pessoas por dia e essa semana passou para 100”, afirmou.A retomada para a fase de controle a partir desta segunda-feira, 29/06, tem o objetivo de reduzir a circulação de pessoas na cidade e tentar conter o avanço do novo coronavírus. O Boletim Epidemiológico e Assistencial divulgado pela Prefeitura nesta sexta-feira, 26/06, aponta que a taxa de ocupação de leitos UTI Covid na capital estava em 86% e a de enfermaria Covid em 67%. Novos leitosA Prefeitura de Belo Horizonte colocou em funcionamento desde a quinta-feira (25) 74 novos leitos Covid – 19 UTIs e 55 enfermarias. Somando as unidades Covid de enfermaria (798) e UTI (301), o SUS-BH conta hoje com 1.099 leitos. Em março, eram 196 leitos Covid: 82 de UTI e 114 de enfermaria.O aumento da oferta de unidades para o atendimento de pacientes acompanha o planejamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde junto aos hospitais e a evolução dos indicadores epidemiológicos e assistenciais em relação à pandemia. As UTIs são abertas conforme necessidade, e sempre com recursos humanos e equipamentos necessários para o funcionamento.