Gabriellle Curi – Divulgação.
Espaço de arte exclusivamente feminina de BH abre ao público no dia 30 de julho
Após a realização do evento presencial na Funarte, o ELAS Festival segue com uma programação extra que se estende nos próximos meses. O projeto inaugura a Galeria Delas, com a sua primeira Mostra de Artes Visuais, na Casa Botanicar, no bairro Santo Antônio. A exposição vai até o dia 03 de setembro e apresenta ao público a diversidade artística produzida por mulheres de Belo Horizonte e Região Metropolitana.
Com curadoria da artista visual Efe Godoy, indicada ao prêmio PIPA 2022, a mostra traz o trabalho de 13 artistas mineiras: Diu, Carolina Santana, Marta Neves, Iaci, Gabrielle Curi, Julia Baumfeld, Tiffany Maria, Bárbara Macedo, Mônica Maria, Izabela Marcolino, Lazara dos Anjos, Diel Morais e Ana Clara Ligeiro. “Todas ali estão falando de alguma forma do corpo, e desse corpo político feminino. Existem poéticas que tratam desse lugar, e também de um lugar extraordinário, que vai para o imaginário, para a poesia e a fantasia, essencial nos dias de hoje. Uma exposição com leveza, mas que traz aspectos políticos. Entre as artistas, há mulheres que já expuseram seu trabalho, inclusive em Bienal, e outras que ainda não. São pessoas que estão ao meu redor, então é uma curadoria afetiva”, elucida Efe.
A Galeria Delas é a primeira galeria de arte exclusivamente feminina de Belo Horizonte. “O ELAS Festival busca dar destaque ao trabalho de mulheres em diferentes áreas. A mostra é mais um passo nesse sentido, agregando artistas que movimentam a cena em BH. A Galeria nasce com o intuito de valorizar o feminino, os diferentes corpos, vivências e produções artísticas”, afiança a produtora cultural e idealizadora do festival, Aninha Linares.
O ELAS Festival é um projeto realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte e conta com o patrocínio da Rock Content e apoio do Sebrae Delas e Funarte MG.
SERVIÇO
Mostra de Artes Visuais
Abertura: 30 de julho, das 14h às 21h
Visitação: 30 de julho a 03 de setembro
Horário: 16h às 21h
Local: Galeria Delas / Casa Botanicar – Rua Antônio Dias, 300 – Santo Antônio
Gratuito
SOBRE AS ARISTAS
Efe Godoy
Artista visual míope, transvestigenere, ELA/dela, pesquisa hibridismo em suas variadas linguagens (vídeo, desenho, performance) com ênfase em recortes de memórias da infância e fabulações espontâneas. Efe Godoy, natural da cidade de Sete Lagoas/MG, hoje vive e trabalha em Belo Horizonte. Passou pela Escola Guignard UEMG, e continua sua formação através de vivências em residências no Brasil e exterior. Algumas dessas vivências transformadoras se deram nos últimos anos, como Bolsa Pampulha 2015/2016, a residência artística no EAC- Montevideo_UY em 2018, residência Adelina _SP, 2018, e recentemente: HEMIENCUENTRO _ INSTITUTO HEMISPHERIC NY UNIVERSITY na Cidade do México, 2019, mostra VERBO de performance Arte na Galeria Vermelho – SP, Prêmio Sarp – museu de ribeirão preto – SP, 2020. Indicada ao PRÊMIO PIPA 2022. De uma maneira simples tenta interferir na vida das pessoas com a reverberação da palavra afeto. Efe interage nas redes sociais estreitando os espaços íntimos entre vida e arte: @efegodoy .
Izabela Marcolino
Artista plástica e tatuadora de Belo Horizonte. Ceramista habilitada pela Escola Guignard, trabalha com cerâmica e desenho e concentra sua pesquisa em seres híbridos/antropomorfos explorando suas formas, contra-formas, traços, texturas e as infinitas possibilidades de composição. Atualmente tem a tatuagem como sua manifestação artística principal, transitando entre suportes diversos, incluindo a pele.
Marta Neves
Artista plástica, trabalha há anos a mistura entre texto e imagem, com exposições no Brasil e exterior. Também atua como escritora, com publicações em coletâneas e periódicos, além do livro “3 BARRIGUDINHA 10 REAL” (ed. nunc, 2021).
Diu
Artista visual nascida e criada na zona oeste de Belo Horizonte, graduanda em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Minas Gerais. Utiliza linguagens distintas em sua produção, sendo as principais delas o desenho, a pintura, a arte digital e o vídeo. Tem como agente propulsor de suas obras a memória, os sonhos , os ciclos, a perda, o vazio, o instinto, e a natureza. A partir de sua limitação sensorial visual, tem a arte como suporte para criação de experiências, abordando o seu modo de ver , perceber e sentir o mundo ao seu redor.
Carolina Santana
Artista visual e gestora do núcleo de criação em arte, educação e design Malacaxeta. Sua pesquisa perpassa pelo tensionamento da realidade e ficção das imagens em múltiplas investigações nos eixos: arquivo/ficção, visível/invisível, cor/desenho, gesto/acumúlo, palavra/desejo, feminino/liberdade e memória/impermanência.
Gabrielle Curi
Artista multimídia, formada em Cinema de Animação e Artes Digitais pela UFMG, e sócia da produtora audiovisual Rato Alado Filmes. Seu trabalho perpassa pela criação de ilustrações, colagens, animações e videoarte que buscam traduzir sua visão de mundo. Atualmente seu foco é a criação de projetos que abordem possibilidades de futuros e as relações dos indivíduos (e suas individualidades) com os espaços que ocupam.
Ana Clara Ligeiro
Artista de Belo Horizonte que trabalha em múltiplas plataformas, com interesses ligados à performance, tatuagem, desenho, pintura, bordado e escrita. Suas obras atravessam o universo da fantasia e se misturam com o cotidiano, criando um limiar entre ficção e realidade. Sua pesquisa permeia o universo da infância onde ela tenta criar conexões entre o passado, presente e o futuro, recuperando memórias e trazendo contradições diversas entre o lúdico e o caos.
Julia Baumfeld
Multiartista, transita entre linguagens das artes visuais, cinema e música. Seu trabalho relaciona memória pessoal e coletiva utilizando como suporte narrativas intimistas e registros de mídias ruidosas. Natural de Belo Horizonte, Julia é graduada em Artes Plásticas pela Escola Guignard e mestranda em Artes Visuais na EBA-UFMG. Desde 2014 participa de diversas exposições, festivais de vídeo e cinema, além de projetos musicais. Julia é idealizadora da residência de múltiplas linguagens feminina “PÓÇA”, e participou como residente do I Fórum de Fotoperformance de Belo Horizonte em 2019. Como diretora realizou diversos curtas-metragens, dentre eles o documentário “Marco”, lançado em 2021, sobre o músico Marco Antônio Guimarães, fundador do Grupo Uakti. Em 2020, Julia lançou seu primeiro livro “Meio Dilúvio Meio Suspiro”, pela Editora Fera Miúda. Em 2022, lançou seu primeiro álbum visual solo chamado “Turva”, com composições autorais.
Bárbara Macedo Ribeiro
Vive e trabalha em Belo Horizonte, Minas Gerais. Possui habilitação em desenho pela Escola Guignard – UEMG e formação complementar em artes visuais pela ELA – Escola Livre de Artes Arena da Cultura. Transita entre os campos do desenho, pintura, escrita, performance e fotografia. Já participou de diversas exposições individuais e coletivas. Atua como pesquisadora em arte dentro de uma perspectiva anticolonial, sendo convocada a apresentar sua pesquisa de TCC “DESENHO SUDACA: Pesquisa em imagem decolonial a partir dos grafismos travestis e do bordado contemporâneo em Minas Gerais”, em Buenos Aires no ano de 2019. Já atuou como professora de desenho, aquarela e estudo da cor em seu ateliê, em ateliês coletivos, além de workshops de curta duração. Já trabalhou como curadora e coordenadora de residência artística e com cenografia. Atualmente investiga as encruzilhadas entre arte, a ritualística de terreiro e a presença travesti dentro dos caminhos da umbanda e do candomblé. É travesti e makumbeira. Cria estratégias visuais.
Mônica Maria
Artista visual e tatuadora. Seu trabalho atualmente se aprofunda no universo da pintura, e desde 2015 percorre o campo do desenho pensando na pele como suporte. Sua obra se relaciona intimamente com o corpo, com a paisagem, e com a liberdade.
Iaci
Artista visual, mãe solo, tatuadora e integrante do coletivo Movimento Arte na Maternidade. Em seu trabalho com desenho, pesquisa o corpo, o movimento, a cidade e a narrativa. Usa o sentimento como combustível para sua produção em arte.
Diel Morais ou Pink Molotov
Artista visual, 26 anos, travesti, preta, nascida e criada na Zona Norte de Belo Horizonte. Além de compor o time de diretoras criativas do coletivo independente “As Talavista”, Pink também realiza trabalhos em pintura, performance, desenho, atuação, cenografia, produção de moda, e produção e direção audiovisual tendo como fruto dessas produções trabalhos premiados, como a performance “Gala” que levou o prêmio Leda Maria Martins de melhor cenário e figurino em 2018, e também o filme “Sessão Bruta”, que levou o prêmio de melhor longa metragem da 25° Mostra de cinema de Tiradentes, em janeiro de 2022.
Lazara dos Anjos
Produtora cultural e multiartista, passa pelo audiovisual e no cenário musical, exercendo papéis como dj, performer, roteirista, atriz, entre outros. Tem intimidade com a dança desde muito cedo e está inserida na cultura ballroom, onde começou seus estudos em 2009, caminhando pela primeira vez em 2013, é uma figura ativa na cena desde então, fomentando a cena e trazendo discussões necessárias sobre a existência preta e travesti nos espaços comuns de cultura na cidade. Na arte, Lazara gosta de viajar com materiais e técnicas diversas, usa o lúdico como ferramenta para imprimir suas ideias. Os capacetes vêm de um erro em uma ilustração e acabou virando a marca da sua arte. A partir desse momento, ela sempre usa os capacetes como instrumento de comunicação da sua expressão artística, além dos capacetes, Lazara usa uma estética distorcida e assimétrica em suas ilustrações.
Tiffany Maria
Titi Rivotril é cantora, compositora, performer e estudante de artes plásticas da escola Guinard. Mulher trans, também foi uma das fundadoras do coletivo Academia Transliteraria – coletivo artístico e performático de literatura trans e travesti formado em Belo Horizonte -, e fez parte da transvest cursinho pré-vestibular para travestis e transsexuais de Minas Gerais. Dirigiu e atuou no documentário “Nós Determinamos o que Somos pelo que Fazemos”, e cria o roteiro dos seus vídeo clipes.
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